Foi preciso muita coragem para
escrever esse post. Estou colocando minha cara à tapa, mas estou livre. Podem me
julgar, que atire a primeira pedra quem não tem teto de vidro, não agüento mais
guardar esse segredo. Espero que essas afirmações não desestabilizem nossa
amizade, mas não posso evitar ficar feliz com o gosto pouco adocicado das
frutas cristalizadas combinado ao pão bem preparado do panetone. Sim, eu gosto
de panetone, tentei evitar e não é que não goste de chocotone, mas me vi
comprando e comendo panetones escondido desde muito nova. No supermercado posso
sentir o olhar de indignação da atendente, desconverso dizendo que é para minha
avó e ela me olha com olhar descrente, a felicidade está estampada na minha
face.
Não, eu não sou cool, disfarço a
marcações de amigos em memes de Chico Buarque ao ver o chocotone. Minha
sobrinha muito mais desenvolvida e descolada me avisa para deixar esses males,
que estou ficando velha e que em pouco tempo estarei afirmando gostar de uva
passas no arroz. Ela pega no ponto fraco, eu bem sei, mas não tive coragem de
dizer a ela que gosto de uva passa, seria demais pro seu pobre coraçãozinho
afeiçoado a tia. Algumas coisas talvez
nunca sejam ditas, mas creio que minha família desconfia por não me ver
separando a uva passa da comida. Enfim, dizem que o primeiro passo para a reabilitação
é assumir, creio então, que eu esteja evoluindo, mas ainda comerei uva passas e
panetone esse Natal, prometo ser o último.... talvez...
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