sábado, 24 de dezembro de 2016

Confissão de Natal.



           

            Foi preciso muita coragem para escrever esse post. Estou colocando minha cara à tapa, mas estou livre. Podem me julgar, que atire a primeira pedra quem não tem teto de vidro, não agüento mais guardar esse segredo. Espero que essas afirmações não desestabilizem nossa amizade, mas não posso evitar ficar feliz com o gosto pouco adocicado das frutas cristalizadas combinado ao pão bem preparado do panetone. Sim, eu gosto de panetone, tentei evitar e não é que não goste de chocotone, mas me vi comprando e comendo panetones escondido desde muito nova. No supermercado posso sentir o olhar de indignação da atendente, desconverso dizendo que é para minha avó e ela me olha com olhar descrente, a felicidade está estampada na minha face.

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             Não, eu não sou cool, disfarço a marcações de amigos em memes de Chico Buarque ao ver o chocotone. Minha sobrinha muito mais desenvolvida e descolada me avisa para deixar esses males, que estou ficando velha e que em pouco tempo estarei afirmando gostar de uva passas no arroz. Ela pega no ponto fraco, eu bem sei, mas não tive coragem de dizer a ela que gosto de uva passa, seria demais pro seu pobre coraçãozinho afeiçoado a tia.  Algumas coisas talvez nunca sejam ditas, mas creio que minha família desconfia por não me ver separando a uva passa da comida. Enfim, dizem que o primeiro passo para a reabilitação é assumir, creio então, que eu esteja evoluindo, mas ainda comerei uva passas e panetone esse Natal, prometo ser o último.... talvez...

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