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O escritor Chuck Palahniuk é jornalista e reconhecido por uma escrita contundente de personagens marginalizados pela sociedade que acabam por desenvolver uma conduta autodestrutiva. Quanto ao livro Clube da luta, na narrativa o personagem principal está descontente com trabalho e sua vida, apesar de possuir um bom apartamento e emprego, questionando-se quanto a felicidade em bens materiais.
Sofrendo de insônia ele só consegue dormir quando frequenta um grupo de apoio a pessoas com câncer. Mesmo não tendo nenhum câncer, ele percebe que naquele ambiente pode encontrar a calma quando no final da meditação os grupos formam pares, se abraçam e choram abraçados.
"- Aquilo era liberdade. Perder todas as esperanças era libertador..."
Entretanto um dia surge no grupo uma mulher chamada Marla, e sem explicação ele percebe que terá dificuldades de vivenciar a calma no grupo com a presença de Marla. Nessa mesma época conhece Tyler Durden, que o convence a criar o clube da luta, em que as pessoas podem lutar entre si, descarregando suas frustrações.
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A medida que se envolve com a vivência de Tyler, ele passa a se aprofundar mais na indignação de diferença de classes sociais, da valorização da riqueza entre outros ideais, que fazem com que ele necessite a cada dia mais aumentar o nível de desafio de suas atividades.Tyler deixa que tem como objetivo o alcance do fundo do poço como forma de se atingir algum despertar interno.
"- Estou rompendo meus vínculos com a força física e os bens materiais - Tyler sussurra-, pois apenas ao me destruir posso descobrir o poder superior do meu espírito."
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O livro me fez além de pensar sobre como as vezes valorizamos bens materiais sem sentido, também em como por vezes quando estamos tristes, cansados, remediamos a situação com bebida, compulsão alimentar, etc, que temos consciência que não nos ajudaram de uma maneira geral. O fato é que não existe nenhum tesouro no fundo do poço, então temos que parar de cavar, embora você esteja inicialmente entediado.
Se definisse o livro em três palavras, seriam: fuga, desespero e divergência. A revolta com a falta de posses e oportunidade que distingue e marginaliza boa parte da população que tem que seguir suas vidas a despeito de sua pobreza. Como não podendo ser resolvido, encontram na luta física a resposta onde a revolta contra tudo é descarregada no punho.
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