sábado, 20 de janeiro de 2018

O caderno rosa de Lori Lamby - Hilda Hilst



 O Caderno Rosa de Lori Lamby - Hilda Hilst -Massao Ohno


          A história do livro em si, trata-se de pedofilia como se Lori, a criança, aprovasse tudo e até mesmo gostasse de tudo que se passa. Apesar de parecer semelhante nessa descrição, o livro não tem nada a ver com Lolita de Vladimir Nabokov. No livro de Nabokov , Lolita é sexualizada pelo descritor do texto. Já no livro de Hilda Hilst a intenção maior com toda a narrativa é criticar os processos de criação de uma obra ou escrita, seja pelo gosto de leitores, a pressão da editora e a pouca liberdade do escritor nisso tudo.

          Pode-se perceber na história a presença de escrita de 3 “autores” na narrativa. As discussões entre personagens se assemelham como discussões entre autores diante da pressão do editor para a venda e o público e a preferência no consumo de algumas leituras.

         É possível ver em alguns pontos a expressão de crítica da autora (grande produtora de poesia) quanto ao tipo de leitura que vende no Brasil, como a população acostumada a leituras fáceis, com contexto sexualizado, pornô, linguagem pobre e xula. Como se a autora quisesse dar a escrita que é valorizada no país, só que mais caricata e agressiva, como uma crítica tanto ao típico leitor, quanto aos editores que muitas vezes querem fazer adaptações nas obras para que elas fiquem mais rentáveis.

         Nas ultimas páginas do livro a linguagem muda um pouco e  a autora faz suas criticas mais diretas. Nessa parte a autora assuma a personagem do Lori e Papi, a quem Lori começa a falar, é a sociedade que consome pornografia. Assim a autora descreve em 3 pequenas histórias finais:
- Primeira história: crítica ao público
- Segunda história: crítica ao editor
- Terceira história: crítica a si mesma como autora diante da busca também por agradar o público e em alguns momentos buscar a venda.

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