A história do livro em si, trata-se de pedofilia como se
Lori, a criança, aprovasse tudo e até mesmo gostasse de tudo que se passa.
Apesar de parecer semelhante nessa descrição, o livro não tem nada a ver com
Lolita de Vladimir Nabokov. No livro de Nabokov , Lolita é sexualizada pelo descritor do texto. Já no
livro de Hilda Hilst a intenção maior com toda a narrativa é criticar os
processos de criação de uma obra ou escrita, seja pelo gosto de leitores, a
pressão da editora e a pouca liberdade do escritor nisso tudo.
Pode-se perceber na história a presença de escrita de 3 “autores”
na narrativa. As discussões entre personagens se assemelham como discussões
entre autores diante da pressão do editor para a venda e o público e a preferência
no consumo de algumas leituras.
É possível ver em alguns pontos a expressão de crítica da
autora (grande produtora de poesia) quanto ao tipo de leitura que vende no
Brasil, como a população acostumada a leituras fáceis, com contexto sexualizado,
pornô, linguagem pobre e xula. Como se a autora quisesse dar a escrita que é
valorizada no país, só que mais caricata e agressiva, como uma crítica tanto ao
típico leitor, quanto aos editores que muitas vezes querem fazer adaptações nas
obras para que elas fiquem mais rentáveis.
Nas ultimas páginas do livro a linguagem muda um pouco
e a autora faz suas criticas mais
diretas. Nessa parte a autora assuma a personagem do Lori e Papi, a quem Lori
começa a falar, é a sociedade que consome pornografia. Assim a autora descreve
em 3 pequenas histórias finais:
- Primeira história: crítica ao público
- Segunda história: crítica ao editor
- Terceira história: crítica a si mesma como autora diante
da busca também por agradar o público e em alguns momentos buscar a venda.
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