quinta-feira, 2 de março de 2017

Clube da Luta - Chuck Palahniuk

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       O escritor Chuck Palahniuk é jornalista e reconhecido por uma escrita contundente de personagens marginalizados pela sociedade que acabam por desenvolver uma conduta autodestrutiva. Quanto ao livro Clube da luta, na narrativa o personagem principal está descontente com trabalho e sua vida, apesar de possuir um bom apartamento e emprego, questionando-se quanto a felicidade em bens materiais.
       Sofrendo de insônia ele só consegue dormir quando frequenta um grupo de apoio a pessoas com câncer. Mesmo não tendo nenhum câncer, ele percebe que naquele ambiente pode encontrar a calma quando no final da meditação os grupos formam pares, se abraçam e choram abraçados.
 
"- Aquilo era liberdade. Perder todas as esperanças era libertador..."
 
        Entretanto um dia surge no grupo uma mulher chamada Marla, e sem explicação ele percebe que terá dificuldades de vivenciar a calma no grupo com a presença de Marla. Nessa mesma época conhece Tyler Durden, que o convence a criar o clube da luta, em que as pessoas podem lutar entre si, descarregando suas frustrações.
 
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          A medida que se envolve com a vivência de Tyler, ele passa a se aprofundar mais na indignação de diferença de classes sociais, da valorização da riqueza entre outros  ideais, que fazem com que ele necessite a cada dia mais aumentar o nível de desafio de suas atividades.Tyler deixa que tem  como objetivo o alcance do fundo do poço como forma de se atingir algum despertar interno.
 
"- Estou rompendo meus vínculos com a força física e os bens materiais - Tyler sussurra-, pois apenas ao me destruir posso descobrir o poder superior do meu espírito."
 
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           O livro me fez além de pensar sobre como as vezes valorizamos bens materiais sem sentido, também em como por vezes quando estamos tristes, cansados, remediamos a situação com bebida, compulsão alimentar, etc, que temos consciência que não nos ajudaram de uma maneira geral. O fato é que não existe nenhum tesouro no fundo do poço, então temos que parar de cavar, embora você esteja inicialmente entediado.
 
         Se definisse o livro em três palavras, seriam: fuga, desespero e divergência. A revolta com a falta de posses e oportunidade que distingue e marginaliza boa parte da população que tem que seguir suas vidas a despeito de sua pobreza. Como não podendo ser resolvido, encontram na luta física a resposta onde a revolta contra tudo é descarregada no punho.
 
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quarta-feira, 1 de março de 2017

Precisamos falar sobre Saúde Mental?

[...] Dentre tantos destinos de nossa devoção, nunca se tem total ciência…:
    Estamos nos calando demais para aquilo que não conhecemos. Nenhum de nos é igual ao outro e o desconhecimento de diferenças mentais pode criar comportamentos de violência. Repudiamos o que não conhecemos, por isso o melhor caminho é sim falar mais no assunto e discutir, tentar entender. É o que fazem os dois autores dos livros que irei citar.
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        Em Passarinha de Kathryn Erskine, Catlin é uma criança com Síndrome de Aspenger, autismo, passando por uma situação difícil de perda do irmão e tendo que lidar com a dificuldade de adequação com os colegas de escola.

" A Sra. Brook diz que as pessoas sentem muita dificuldade de me entender porque eu tenho Síndrome de Aspenger e por isso tenho que me esforçar muito mais ainda para entendê-las e isso significa trabalhar as minhas emoções". 

           A autora descreve com maestria a visão de mundo a partir dos olhos de Catlin, demonstrando e nos fazendo entender o porque de suas ações e comportamento.
         Outro livro é O papel de parede amarelo de Charlotte Perkins Gilman, em que uma mulher passar a sofrer de depressão nervosa após o nascimento de seu filho. A falta de compreensão de seu estado de saúde faz com que o seu principal tratamento seja ficar confinada dentro de casa, longe de qualquer sinal de civilização.

         Podemos perceber no livro o agravamento de seu quadro, e apesar do conto se passar no século XIX, atualmente ainda vemos mulheres passarem por isolamentos em períodos de licença-maternidade e a falta de empatia de familiares com o diagnostico de depressão.
Incompreensão da depressão como doença:
" Ele sabe que não há motivo para sofrer e isso é o suficiente..."
" Ninguém acreditaria no esforço que é fazer o mínimo que consigo: me vestir e receber visitas e outras coisas."
     Enfim, os dois livros falam na importância de entendermos o próximo e que o aprendizado das diferenças humanas ajudaria na simpatia e melhor convívio e postura.