quinta-feira, 29 de março de 2018

O abuso de vícios e como lidamos com a dor

 
"The Pill". Mixed media or digital cut paper illustration by Eiko Ojala.
 
 
 
          Não sabemos lidar com as dores psicológicas. Não sabemos nem as reconhecer. As vezes ela se expressa de maneira muito diferente como: irritação excessiva, querer estar sozinho, ter constantes pensamentos preocupantes e ruins a respeito de si mesmo e da vida.
 
        Não percebemos a necessidade de ajuda psicológica. Comemos para aliviar, para acalmar. Bebemos para nos anestesiar, calar esses pensamentos, nos deixar mais seguros. Colamos nosso rostos em internet na busca pela vida dos outros para que esqueçamos de nós mesmos por um minuto, para não deixamos o tédio e a irritação nos dominar
 
      "Estou constantemente preocupado, não consigo dormir a noite e tomo um calmante - Nossa me relaxa tanto -"
 
        Estamos realmente resolvendo nossos problemas?. Ou só estamos criando mais para encobrir nossa mente. Nossa mente barulhenta que dói.
 
     "Sinto constante dores de cabeça, então me encho diariamente de analgésicos"
 
       Tentamos compensar nossa sensibilidade mental com comida, redes sociais, analgésicos, calmantes, álcool, quando deveríamos estar nos autoconhecendo, entendendo nossos próprios sentimentos com ajuda de um profissional.
 
      Um psicólogo através da fala, da conversa age metaforicamente falando, como se puxasse uma linha através da sua boca. Essa linha estava lhe entalando por dentro. A conversar com um psicólogo faz você se transformar, pois você vai aprender a puxar essa linha (pensamento) a cada sessão para ser trabalhado pro seu bem.
 
     O problema é que sessões de terapia as vezes não são fáceis. Porque é lidar com o problema, ficar cara a cara com ele. Cara-a-cara com o problema da sua mente que você queria esconder, se anestesiando com vícios aleatórios. A terapia é o caminho mais difícil, mas é o mais saudável e também o mais feliz. O caminho de se conhecer melhor.

      Quando a situação fica crítica como em um estado depressivo, as alterações químicas que se moldam em nosso cérebro alteram também a percepção dos sentidos. A sensação de anestesiados que sentimos parece fazer com que queiramos comer constantemente para nós manter calmo. Apelamos para estímulos exacerbados dos sentidos.

      Oscilamos assim em tentar sentir através de substancias externas ou nos sentirmos apáticos e sensíveis demais a tudo, não querendo comer, que não nos toque, segurem nossas emoções.

     Em estados depressivos somente estar deitados em nossa cama não basta, enrolamo-nos em cobertas, os olhos não percorrem o espaço, somente se focam em locais aleatórios e não temos mais a percepção de sentidos.

     Não anestesie tanto os seus sentidos a ponto de chegar num nível em que você não mais os tenha. Procure lidar com eles enquanto ainda lhe causam o mal estar, vá um psicólogo, não se anestesie, não deixe que você passe pro estágio de não encontrar sentido mais em nada, e se chegar nesse estado, procure ajuda urgentemente, não é vergonhoso pedir ajudar. Você já manteve essa luta sozinho por muito tempo, aceite uma mão que lhe guie e alivie a sua mente.

terça-feira, 27 de março de 2018

Cíclico

Hallucination

Naquele momento ela me pediu pra sair um pouco.
Entendo que não devo alimentá-la por dentro, não posso deixa-la crescer aqui, é pequeno demais.
Então abro um caminho em mim e ela sai.
Ela sai até mesmo um pouco dolorosa, libertá-la é difícil.
Apeguei-me a ela como parte de mim, como essencial e no momento que a libertei, fui outro, cresci e tive medo de não me reconhecer.
Mas é sempre o certo, e o certo é difícil embora ninguém entenda.
Há que se respeitar um pouco a sua loucura.

domingo, 25 de março de 2018

Sejamos todos feministas - Chimamanda Ngozi Adichie

   
Sejamos todos feministas


        Chimamanda é feminista na África, e aí você por puro preconceito pensa que as experiências que ela vive como feminista na África sejam mais fortes e cruéis do que em lugares com nível de "desenvolvimento maior". Mas não, os relatos de Chimamanda , são de vivências simples que reconhecemos no nosso dia-a-dia.
 
1. Como o fato da palavra feminista não ser bem aceita.
 
2. De existir detalhes que não notamos direito que acontecem com frequência e que lá no fundo desconfiamos serem machistas.
 
"Sempre que vou acompanhada a um restaurante nigeriano, o garçom cumprimenta o homem e me igora"
 
" Ensinamos as meninas a sentir vergonha "Fecha as pernas, olha o decote". Nós a fazemos sentir vergonha da condição feminina, elas já nascem culpadas".
 
3.Chimamanda  relata a característica de espera de fragilidade e menos liderança ou imposição de um cargo de chefia comandado por mulher, pois mulheres não podem descordar, estão afetadas, de TPM ou coisa parecida.
 
4. O fato de sermos criadas para nos preocupar constantemente com o que meninos querem de nos. Isso é visível em revistas do tipo Capricho: "Como fazer ele gostar de você?"; "Do que eles gostam?". Dessa forma, estamos rotineiramente sendo treinadas para nos adaptarmos ao querer dos homens.
 
5. O fato de respeitarem mais a mulher quando esta em um relacionamento.
 
6. Hábito de enxergarmos outras mulheres como risco.
 
 
           Enfim, muitas outras situações em que nos reconhecemos, Chimamanda  nos questiona essas ações, para que não as aceitemos. O livro é curto, oriundo de uma palestra da autora, mas é extremamente esclarecedor. Estou ansiosa pela leitura de outras escritas da autora 

quinta-feira, 22 de março de 2018

GIRLBOSS de Sopia Amoruso

    
Alguns livros têm me ajudado a conhecer mais sobre mim mesma e sobre minha própria vida, a me motivar e aceitar correr mais riscos. Tudo isso tem transformado a forma como vivo. Por isso, decidi compartilhar aqui 7 livros que acredito que você deveria ler neste ano que podem mudar sua vida.

          Quando via aquela moda toda de GIRLBOSS fiquei desconfiada de que o livro não seria tão bom, mas mesmo assim estava com vontade de ler. Quando peguei animada uma promoção da amazona comecei a ler imediatamente e é impressionante, é excelente.

         O livro traz vitalidade pela personagem inicialmente parecer a típica jovem que os adultos falam que não será nada na vida e na verdade no rumo que ela levava a vida não poderia se dizer o contrário.

       O seu transtorno de déficit de atenção faz Sophia nunca gostar/parar em qualquer emprego. Entretanto, começa a canalizar toda sua energia num novo negócio aparentemente simples e de dinheiro fácil. Sophia Amoruso começou vendendo peças garimpadas de brechó no ebay e se destacou pelo bom gosto, habilidade na fotografia e tino comercial.

    

      As dificuldades e possibilidade de renda rápida e proporcional ao esforço a mantinha em movimento, não a deixando ficar entediada como nos outros empregos.

     O livro traz dicas práticas, mas acima de tudo a confiar em você, não ser boba e acreditar até conseguir. Tudo isso contando como tudo lhe aconteceu:

- As estratégias de marketing gratuito (e porque não dizer que esse livro também é uma, associando a empresária Sophia Amoruso a legião de #GIRLBOSS)
- As dificuldades com concorrentes
- O contratar e demitir pessoas
- Dizer não a familiares que veêm seu crescimento e precisam de uma graninha (talvez nunca lhe paguem e você talvez não esteja tão estável assim).

      Enfim, o livro traz vivências enriquecedoras pra quem quer começar qualquer trabalho ou negócio e é muito gostoso de ler. Acredito que nunca marquei tantos trechos de livros como em GIRLBOSS.

terça-feira, 6 de março de 2018

Pra meu eu do futuro


 Andor

É estranho, eu tenho tantos sonhos,
É estranho sonhar todo dia com você
Mas você não vem
Você nunca existiu muito além dos meus sonhos.
Eu nunca te fiz real
A minha mente esteve rodando e criando esses pensamentos ao longo do tempo.
Como uma amante de si mesma no meu próprio imaginário.
Eu vi que você tinha a cor dos olhos diferentes.
E vi que seu sorriso era brilhante e encantador
Sob o seu toque era possível ver surgir magia e música.
Mas ela nunca existiria sem mim, foi o que não quis ver ver.
Ela era minha mera ilusão, eu que era, sou real. e se um dia a alcançar não será sob o esquecimento de quem sou.
Resta me pouco tempo?
Cada segundo há de ser suficiente.
Eu não enxergo, mas seguirei assim, caminharei assim,
Mesmo que a escuridão torne-se frequentemente assustadora
E respirarei para manter a calma até alcançar o outro lado da montanha de pedra.

domingo, 4 de março de 2018

Sobre não criar expectativas


Amelie Poulain
         Crie um bicho preguiça, crie um urso, um macaco, seja o que for, mas não crie expectativas. Será?. Será que não devemos criar expectativas mesmo, ou não devemos ter medo do erro, da falha, do caminho tortuoso?. O erro é frequente e por vezes temos que ter a sabedoria de considera-lo um amigo.

          Imagine-se caminhando contente por um campo verde e cheio de flores, andando calmamente e depois correndo, você vai acelerando o passo com a sensação do vento sobre o rosto. Quando... tibum... você topa numa pedra e vai com a cara no chão. Seu joelho fica ralado e sua cara suja de terra. É como se agora tudo risse de você e da sua felicidade anterior. E você que anteriormente estava glorificando a natureza e sua beleza urra contra ela, em raiva, achando que ela está zombando da sua imperfeição.

         Essa escarnio de tudo e todos que imaginamos (e que as vezes acontece realmente) vai nos deixando com medo de criar expectativas e preferimos fingir pra nós mesmos que não nos importamos, para quando errarmos a mágoa não nos consumir.

           Então nos poupamos de viver, admitir e correr atrás do que temos vontade. Remoemos assim os nossos sonhos infinitamente em um futuro inexistente. Assim o amanhã nos assombra tanto a ponto de nos fazer perder a única certeza que temos: o hoje.  Então nossa mente fica como se tivesse que correr, quando na verdade a coisas que precisam ser realizadas no presente acontecem devagar.

         A expectativa alimentada com o medo do erro, faz com que procrastinemos todas nossas escolhas. A cabeça não para de te cobrar e você não consegue andar, seguir em frente. Tenho que ficar mais magra..., tenho que iniciar os exercícios..., parar de comer açúcar

        A expectativa alimentada com a certeza de que erro virá no caminho permite aceitarmos que alguns projetos tem que ser adaptados, que mudamos constantemente, que talvez alguns sonhos sejam adiados um pouco mais enquanto você realiza outros ou se prepara melhor. Não nos culparmos por tentar é a chave e se caiu, talvez só deva se levantar e não parar de acreditar.

sexta-feira, 2 de março de 2018

Bases para sua Conduta - Carlos Bernardo González Pecotche


O homem não pode pretender alcançar certas verdades, enquanto conserva dentro de si certas mentiras. (Carlos Bernardo González Pecotche)

           Pesquisando livros grátis na amazom me deparei com Bases para sua Conduta e “comprei” sem muita expectativa. O livro é pequeno e traz conselhos escritos pelo autor para seu filho. Quando li essa descrição inicial pensei: “- Se conselho fosse bom, não se dava, vendia”. Mas comecei a ler e vi que existiam conselhos realmente muito validos como:

- Planeje seu dia seguinte na noite anterior para acordar já sabendo o que terá que fazer.

- Veja o tempo que emprega numa atividade e se pergunte se poderia fazer posteriormente em um menor tempo

- Sua profissão é um fragmento que compõe sua vida, mas não o todo. Não dê tanto valor a ele de modo que reduza o valor de tudo o mais e assim reduzir suas possibilidades.

- “Aprenda a ver, em cada observação ou correção que seu comportamento mereça, uma oportunidade de melhorá-lo”

-“Muito lhe encareço que controle seus pensamentos; com isso, evitará aflições e angústias para si, sobretudo se conseguir ter presente o quanto eles influem sobre o ânimo, fazendo com que se prescinda da razão. Isso pode ocorrer tanto na vida moral e sentimental, como na comercial.”

         O livro é cheio de conselhos simples, sem soberba, ou superioridade do autor, bem no estilo daqueles livros “Minutos de Sabedoria”. Considero um achado e aconselho a quem tiver vontade comprar e realizar a leitura aos poucos.


            Por muito ter me interessado pesquisei um pouco sobre o autor e descobri que o autor é fundador da Logosofia. A logosofia se baseia no princípio de conhecimento de que o processo de educação também envolve o conhecimento de si mesmo. Ou seja, os nossos pensamentos, ações e reações sejam analisadas de modo que a organizemos em torno de nossos objetivos na vida, desenvolvendo o interesse pelo conhecimento. Dessa forma a educação Logosofica cria o elo entre docente e discente estimulando o prazer pelo conhecimento e ideia de que não só o aluno está em processo de aprendizado, mas o professor, estimulando pensamentos e não a inibição mental.