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segunda-feira, 23 de julho de 2018

Redoma

yuko shimizu 
Veio beijar-me a noite o pássaro escuro a sombra de seus desejos inconcluídos.
O espelho a que se destina ver e admirar sob a necessidade de teu auxilio e com cascos de luvas em teus pés fizeste apodrecer tua função.
Os olhos negros como sibilados pela escuridão obrigados a sorrir.
Que belos olhos negros como poços profundos de águas não mais visíveis.
O corpo rígido a sustentar o querer a que ateve-se.
Passos duros numa tentativa de trote a levar a carga.
Sorria com seus olhos negros e caminhe com sua luvas escorregadias.
Se suar sob o sonho escaldante e o brilho de corujas a lhe observar -Você está errado!- elas dizem.
Mas ao redor cabeças de cabras se engalfinham e retém o sangue de ambos e lhe olham como espelho.
O céu em redoma de espelho e corujas e seus olhos negros.
Ainda há água no final do poço, quase não está visível pois a terra a consome na redoma.
Bates então na vidraça a escapar, os teus espelhos a correr por ti, as cabras a gritar que caia, que te quebres e as corujas a dizer que irá voltar.
Se quebrar, deixa-te rasgar para que não voltes muito rápido e o teus olhos negros verão a claridade e tu estará cega.
O medo fará quase voltar pra penumbra se não aguentares a dor que é ver e aceitar a nós mesmos e o direito de sermos felizes.

terça-feira, 17 de julho de 2018

Devaneio

A minha alma está cansada.
Luto em torno de ver e reafirmar a beleza que não tenho, a destreza que não tenho.
O que não tenho e preciso alcançar um dia.
Me vem a vontade de deitar-me num rio
Embalar-me na leves ondas e sentir conectar com ele.

Entretanto não haveria conexão.
O meu corpo, o que sou, pra onde vou, nada é natural.
A natureza me cuspiria como uma praga à sua calmaria.
A natureza me agitaria para fora diante de minha calmaria.
Calma tensa, calma afogada.

Se me puxasse para o fundo do teu solo úmido me faria digna de suas estradas.
Ou se a ti convier cuspir-me para fora à beira de um lago, zangada pela morna convivência.
O solo quente a queimar-me o rosto.
A vida amarga a arder-me a pele.

E se aceitar, engatinharei pelo teu solo como preciso for.
Não procurarei mais correr.
Quando diante do teu respeito e tempo erguer-me-ei fraca e lentamente.
Cambaleando darei os meu primeiros passos novamente.

E se a visão de tudo que ver, sobre a altura de assim estar me assustar.
Permita poder descansar nos braços da natureza que de mim surgirá.
Feito águia.
E talvez assim, um dia, eu esteja perdoada.


terça-feira, 3 de julho de 2018

Alma Domada


 

O  que fizeste da alma selvagem? Onde a trancaste? Ela só necessitava se transformar e não ser mantida a criação de bicho fora da linha.
Ora, Ora, você pensa que não vejo, que há um mundo por traz dos seus olhos.você pensa que não vejo que você tem medo de se entregar ?.

Vamos lá..., o que você vê? Vamos lá... Estragaram tanto o que havia de você?
Há um desejo de seguir e descobrir vidas, descobrir caminhos, traçar compassos, ver o conhecimento, rir da cara da hierarquia, rir do ego dos detalhes. Mas você se acostumou a prisão.

A sua alma selvagem é taxada de loucura. E só de pensar em encontrá-la há uma centelha de fé. De roupas com cores, cabelos com vida, vida servida com o simples, mas depois deseja o muito.
Há uma balança em teu peito e você decidiu não move-la. Mas se torna cada dia mais difícil manter o equilíbrio diante da tensão.

 Faça só assim, olhe o horizonte e um dia lembre de mim.
Uma vez por dia lembre de mim, e me prometa um presente roubado do teu tempo e talvez a gente não se largue nunca mais,
Só por favor, nunca mais peça desculpa por existir.

sexta-feira, 15 de junho de 2018

Ego x Ignorância

Você tem que saber, você tem que saber, você tem que saber...
Me desobrigue do seu clamor, a minha mente repete em constante.
Enquanto finjo que não escuto e meu coração no mudo, diz: Eu estou ouvindo daqui.
Me afasto, desassossego por completo e nada faço exato.
As correntes da obrigação privaram meu ócio, então me entrego a estupidez de telas.

Sinto sua falta, mas a tua insistência em magoar meu ego nos mantém afastados.
E quando me encontro contigo..tenho que saber, tenho que saber, tenho que saber... há muito o que saber, repete em minha mente.
Então me afasto de ti e me afogo inconsequente na ignorância.

Porque me ensinaram que tudo tinha que ter um pouco de instinto, mas os rótulos que tu me traz fez com que me impedissem de chamar-te amor.
Destitui-me assim de saber o que era instinto e o que era esforço, me vi a contragosto desistir dos dois.
E se uma maçã cai em minha cabeça, já não me serve nem do pecado, nem da evolução.

terça-feira, 12 de junho de 2018

A imperfeição de Narciso

Ai, há uma carrasca dentro do meu peito.
Ela insiste em me castigar
Insiste em dizer coisas que não quero ouvir.
Joga na cara milhares de defeitos e não me dá qualidades para combate-los.

Ai, há uma carrasca em meu peito.
Ela me fala que a noite não é minha.
Qua a lua não brilha em meu favor.
E que se eu tentar, nem mesmo haverá uma estrela em meu nome.

Mas há noites, que ela me diz, que a carrasca não é ela.
Que quer me dá a mão, ou um tapa na cara.
Que quer me dizer que não é assim que se vive.
Na vida se finge de vez em vez que está tudo bem, que é assim que se convence a vida.
Que ela pode ser uma danada de curta ou de  cumprida, e que isso não se mede pelo tempo.

E as vezes olho nos olhos dela e peço:
Narciso, Narciso, me larga dessa corrente, olha a vida em volta, a gente não precisa se amar eternamente
Narciso, Narciso, solta da minha mão, há um moreno alto logo ali, ele cansou do narciso dele e quer encontra-lo em mim.
A tua vontade de perfeição é bem cruel comigo, não me deixa nem tentar  combater os defeitos mais simples.
Narciso, Narciso, vou pintar bem o rosto, mudar o cabelo, e dar muitos goles de algo bem forte que te deixe torpe e tu não me reconhecerás, só por essa noite.

quarta-feira, 11 de abril de 2018

Deixe ser

 Let it be - Tattoo


Sirva pra mim qualquer coisa um pouco mais forte que um conhaque
Sirva pra mim a tua alma quente, o teu sangue servido em brasa de apelo.
Sirva pra mim, um pouco de ti.
Seja serva da tua pele, e expulsa essa manta de eu de todos.
Seja eu, seja teu.

terça-feira, 3 de abril de 2018

Fuga

"The Pill". Mixed media or digital cut paper illustration by Eiko Ojala.
Comi o que não podia
Pedaço de mim dilacerado no açúcar
Cabeça a mil de adrenal ativa
Olhos reversos de vidas em tentativas
Olhos famintos de vida mais bem vivida

Sigo tonta e mecanizada
Algum escape de compra desenfreada
Algum dinheiro, que agora não tenho nada
Só o suficiente pra pagar o meu veneno
Meu doce veneno que ainda é o que me acolhe
Meu doce veneno que com um beijo me mata

terça-feira, 27 de março de 2018

Cíclico

Hallucination

Naquele momento ela me pediu pra sair um pouco.
Entendo que não devo alimentá-la por dentro, não posso deixa-la crescer aqui, é pequeno demais.
Então abro um caminho em mim e ela sai.
Ela sai até mesmo um pouco dolorosa, libertá-la é difícil.
Apeguei-me a ela como parte de mim, como essencial e no momento que a libertei, fui outro, cresci e tive medo de não me reconhecer.
Mas é sempre o certo, e o certo é difícil embora ninguém entenda.
Há que se respeitar um pouco a sua loucura.

terça-feira, 6 de março de 2018

Pra meu eu do futuro


 Andor

É estranho, eu tenho tantos sonhos,
É estranho sonhar todo dia com você
Mas você não vem
Você nunca existiu muito além dos meus sonhos.
Eu nunca te fiz real
A minha mente esteve rodando e criando esses pensamentos ao longo do tempo.
Como uma amante de si mesma no meu próprio imaginário.
Eu vi que você tinha a cor dos olhos diferentes.
E vi que seu sorriso era brilhante e encantador
Sob o seu toque era possível ver surgir magia e música.
Mas ela nunca existiria sem mim, foi o que não quis ver ver.
Ela era minha mera ilusão, eu que era, sou real. e se um dia a alcançar não será sob o esquecimento de quem sou.
Resta me pouco tempo?
Cada segundo há de ser suficiente.
Eu não enxergo, mas seguirei assim, caminharei assim,
Mesmo que a escuridão torne-se frequentemente assustadora
E respirarei para manter a calma até alcançar o outro lado da montanha de pedra.

domingo, 25 de fevereiro de 2018

Telas


 Ela nos faz repensar o quanto gastamos o nosso tempo utilizando o celular, deixando de fazer outras coisas importantes.


Relaxe querida, sopre a doce e delicada erva da tua ferida.
Venha, dê-me um beijo até roubar-te toda energia.
Relaxe querida, sob a tela você gasta o que sobra da vida.
Dorme, acorda e sonha nessa utopia.

Trague um pouco mais da minha selva postada e repleta de mentiras.
Esquece os teus problemas.
Dorme, acorda e sonha.
Na neblina densa te acolho num voo sobre minhas asas.

E nesse jogo de encantamento, onde ficará teu próprio encanto?
Ditarei o que queres, como ver e como tu serás.
E quando saíres da cela, porá uma tela em ti e não verás nos outros os olhos, mas o espelho numérico de tentativas de ajustes desajustados.
 E tu que estavas nessa vida comprimido, trocará por mim, pois sou normal.
E nessa comunhão de cegos seguimos inebriados.


sexta-feira, 9 de fevereiro de 2018

Eu Malandro

Cantinho Literário do Zé Pilintra: Junho 2011



Disseram que eu não podia sorrir.
Disseram que eu não podia brincar.
Disseram que isso tudo era coisa de malandro, e que pra malandro a vida não dá.

Disseram que tinha que ter chão.
Disseram que eu não podia pisar.
Disseram que existia uma linha e eu teria que seguir por lá.

Segui pelo caminho e esperei o futuro brilhar.
Sorri pro que me mandaram e segui sem pestanejar.

No dia bem no futuro, tendo ainda muito a trilhar.
E essa linha sempre a me dizer que um dia há de chegar.

Com o tempo vi percebido se essa linha teria um fim.
Sigo o meu caminho e ela que manda em mim.

Num dia ensolarado o malandro me disse assim:
O mundo é do esperto, botaram cabresto em ti e eu sou é muito grato do malandro que há em mim.

Hoje não quero ser reta.
Hoje não quero o que a vida dá.
Mas sigo aqui parada, não sei por onde andar, pra trás já não sei seguir e pra frente o que é que há?

O malandro me disse então que certeza o mundo não dá.
Se segue o caminho da reta ou se vai sempre a dançar.
Que diferença é que faz, se pra frente você andar, tu pode seguir mais rápido, mas que felicidade há de encontrar?

Be ready


 Ilustração


You are ready

Are you ready to leave the depths of this lake?

I can feel the air that has long breathed in my nostrils and burn my lungs alive.

I can see the gears of my bones and icy joints make me shudder through the burning of my veins.

Eyes seen had I never seen the blade of water to wrap.

For my eyes they are ready to see what I have always seen, in no protection.

I can see you.

I can say: Enough! You're no big deal.




See, watch the blood run through my tracks.

The wind passes through my skin in electric waves in combustion.

I, the life, we are one.

Look into my eyes, I'm not afraid anymore.

I have been reborn and my flesh crees for life.

You will not stop me.

I've been underwater for a long time

Your arms will not push me back into the water, for I am fire.

I can feel everything connected.

I fell asleep too long, and decided to wake up from my own ashes.

Be ready.




ps. Desculpa a tradução tosca, mas queria deixar no inglês mesmo sem saber.

quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

Naúsea

Arte Sem Expressão Facial de KwangHo Shin – Criatives | Blog de Arte, Design, Criatividade e Inspiração
Em descrentes passos de respiração tonta, tento acordar e as muitas de mim brincam de imaginar compassos.
Deixo que se aquietem até que eu possa me erguer
Não brigo mais com elas, perturbadas em químicas obrigações da mente.
Levanto e sigo ainda um pouco desligada.
Então elas seguem para brincar de pique esconde em meu estômago.
Espero que um dia encontrem suas casa.
Espero que um dia a brincadeira delas acabe e eu possa brincar de sorrir.

quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

Festa



Dança de egos e julgamento
Sinto-me afogada, deslocada
Sei que o erro está comigo
A desvalorização das coisas essenciais disfarçadas de fúteis
Não sei o caminho a seguir
Tenho ódio do seu ego
Tenho raiva do meu desprezo
Sirva então um pouco mais de vodca e fingiríamos ser outra pessoa
Mas nunca parece ser suficiente pra ser alguém que eu realmente queira ser