terça-feira, 17 de julho de 2018

Devaneio

A minha alma está cansada.
Luto em torno de ver e reafirmar a beleza que não tenho, a destreza que não tenho.
O que não tenho e preciso alcançar um dia.
Me vem a vontade de deitar-me num rio
Embalar-me na leves ondas e sentir conectar com ele.

Entretanto não haveria conexão.
O meu corpo, o que sou, pra onde vou, nada é natural.
A natureza me cuspiria como uma praga à sua calmaria.
A natureza me agitaria para fora diante de minha calmaria.
Calma tensa, calma afogada.

Se me puxasse para o fundo do teu solo úmido me faria digna de suas estradas.
Ou se a ti convier cuspir-me para fora à beira de um lago, zangada pela morna convivência.
O solo quente a queimar-me o rosto.
A vida amarga a arder-me a pele.

E se aceitar, engatinharei pelo teu solo como preciso for.
Não procurarei mais correr.
Quando diante do teu respeito e tempo erguer-me-ei fraca e lentamente.
Cambaleando darei os meu primeiros passos novamente.

E se a visão de tudo que ver, sobre a altura de assim estar me assustar.
Permita poder descansar nos braços da natureza que de mim surgirá.
Feito águia.
E talvez assim, um dia, eu esteja perdoada.


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